Pistas inconscientes afetam nossas emoções
Acontece com todo mundo: de repente e inexplicavelmente nos sentimos alegres ou tristes, embora ainda havia pouco nosso humor estivesse bem diferente. Em geral a culpa é de uma pista subliminar ou “estímulo precedente” (priming). Mas não precisamos ficar presos a essas pistas subconscientes.
Pesquisas recentes sugerem que apenas reconhecer o fenômeno já é meio caminho andado para assumir o controle novamente – afinal, não é porque sentimos algo que isso necessariamente se justifica.
Os pesquisadores costumam estudar os efeitos do estímulo precedente induzindo os participantes a acreditar que estão envolvidos no teste de outra variável qualquer. Num estudo realizado na Universidade de Toronto, pessoas expostas a imagens de logotipos de fast-food, sem se darem conta disso de forma consciente, tornavam-se mais impacientes e dispostas a gastar.
Outro estudo, publicado no periódico científico Journal of Psychosomatic Research, mostrou que, quando os participantes evocavam lembranças relacionadas a doenças, sua tolerância à dor diminuía, como se ficassem mais sensíveis diante da lembrança da fragilidade física.
Um artigo publicado no periódico Social Cognition revela como metas das quais não temos consciência clara (aquelas que se tornaram tão automáticas que nem percebemos que ainda as estamos perseguindo, como emagrecer, impressionar o chefe ou tirar férias do Facebook) podem nos deixar com um humor “misterioso” – positivo ou negativo.
No estudo tratado no artigo, alguns participantes que deveriam perseguir certo objetivo foram previamente estimulados com uma tarefa de leitura que incluía palavras como “sucesso” e “realização”. Os voluntários, entretanto, não tinham consciência dessa preparação e acreditavam que a leitura não estava relacionada com o experimento. Quando se saíram mal numa tarefa subsequente de desafio mental, seu estado de ânimo se mostrou mais negativo que o daqueles que não foram submetidos antes ao exercício com palavras orientadas para o cumprimento de uma meta.
Fonte: Revista Mente e Cérebro.